Contaminação por Mercúrio: Tudo que Você Precisa Saber

A contaminação por mercúrio, tanto do trabalhador quanto do meio ambiente, tem preocupado não somente as autoridades brasileiras, mas do mundo inteiro.

Apesar de ser encontrado em vários estados físicos, é na forma líquida que o mercúrio, um metal inorgânico* branco-prateado, mais tem causado danos à saúde do trabalhador, pois sua volatilização ocorre mesmo em baixas temperaturas.

O desgaste natural da crosta terrestre é a principal fonte do vapor de mercúrio na atmosfera terrestre. Trazido pelas águas da chuva, ao voltar para a Terra pode se transformar novamente em vapor e retornar à atmosfera, ou ser metilado pelos microrganismos presentes nos sedimentos das águas dos rios e dos mares.

Como metal líquido, volatiza-se e é inalado ou ingerido na forma de amálgama dentário, liberado por partículas minúsculas que se destacam, principalmente pela mastigação.

Embora a amálgama dentária tenha em sua composição 50% de mercúrio, e outros metais como complemento, não se tem notícia de efeitos adversos à saúde humana além de raros casos de alergia.

(*) Quando combinado com elementos como o cloro, enxofre ou oxigênio. No caso de um átomo de mercúrio se ligar covalentemente a pelo menos um átomo de carbono, origina compostos de mercúrio orgânico.

Onde o mercúrio é encontrado?

O mercúrio é encontrado em mais de dez mil produtos, como telas de computador, televisores, lâmpadas fluorescentes, termômetros, baterias etc. Como não se degrada na natureza, se apresenta com outras configurações químicas, como o metil mercúrio, contaminando plantas e animais, que intoxicam e até matam quem os consome.

Foi o que aconteceu no Japão nos anos 50, quando parte da população, ao consumir peixes pescados na Baia de Minamata, foram contaminados com mercúrio que uma fábrica descartava na água do riacho.

Centenas de pessoas ficaram doentes, com danos severos no sistema nervoso, com bebês também nascendo com deficiências físicas e mentais, já que o mercúrio ultrapassa a placenta e atinge o feto.

Estima-se que cerca de três mil toneladas de mercúrio são liberadas por atividades humanas, principalmente na incineração do lixo urbano e hospitalar.

No entanto, devido a seus processos antiquados, as indústrias de cloro-álcalis são responsáveis sozinhas por um volume significativo da contaminação do meio ambiente, utilizando toneladas de mercúrio.

O mercúrio também está presente nas indústrias metalúrgicas que utilizam o carvão coque, nas ourivesarias, nas indústrias de tintas aplicadas na proteção de embarcações e nas indústrias de fabricação de pesticidas, inseticidas, fungicidas.

Quais os riscos do trabalho com mercúrio?

Quem trabalha com mercúrio metálico está sujeito à contaminação por meio:

  • da pele (na forma de composto insolúvel);
  • do sistema gastrointestinal (na forma de composto solúvel);
  • das vias respiratórias (na forma de vapor).

Os vapores são inalados sem que a pessoa perceba, não tendo cheiro nem cor. Ao chegarem nos alvéolos pulmonares, entram na corrente sanguínea, danificando os rins, fígado, intestinos, medula óssea etc.

Contudo, os malefícios dessa inalação já são sentidos na parte superior do sistema respiratório, assim como na mucosa bucal e nas glândulas salivares. Posteriormente, atingem os pulmões e o cérebro.

Já no sistema digestivo, causam ação cáustica e geram, na fase aguda, incômodos e sérios transtornos.

No caso de mulheres grávidas, ao atravessar a placenta o mercúrio pode causar anomalias diversas e até um aborto.

Dependendo da concentração do contaminante no organismo, os efeitos são devastadores, principalmente no sistema nervoso, indo desde danos leves ao martírio de uma vida vegetativa e até à morte.

O que fazer em caso de acidente com mercúrio?

Em caso de acidente com mercúrio, deve-se imediatamente:

  1. Conduzir a vítima para local fresco e ventilado;
  2. Caso a pele tenha sido atingida, lavar a área com água e sabão;
  3. Caso os olhos tenham sido atingidos, lavá-los abundantemente com água;
  4. No caso de ingestão, fazer bochecho com água repetidamente;
  5. Em todos os casos, buscar socorro médico imediato.

Quais são os tipos de intoxicação por mercúrio?

A intoxicação por mercúrio pode ser classificada como aguda ou crônica. Seus principais sintomas são:

1) Aguda – gengivas com sangramento; vômitos, às vezes com sangue; dores profundas; sensação de sabor metálico; inflamação na cavidade bucal; dentes bambos; queda dos dentes; transtornos hepáticos graves; diarreia abundante; ardência no estomago. A intoxicação aguda pode causar morte em um ou dois dias.

2) Crônica – Estomatite; mau hálito; saliva excessiva; anemia; perturbação nervosa; hipertensão; problemas digestivos; inapetência.

Quais são as normas de segurança para trabalhos com mercúrio?

A Norma Regulamentadora nº 7, do Ministério do Trabalho e Emprego, determina os parâmetros para controle da exposição a substâncias químicas como o mercúrio inorgânico.

Estabeleceu-se como matriz biológica a urina, com Valor de Referência para Normalidade de até 5 microgramas de mercúrio por grama de creatinina. Como Índice Biológico Máximo Permitido, 35 microgramas de mercúrio por grama de creatinina nos trabalhadores que desenvolvem atividades diante do aludido contaminante.

Já a Norma Regulamentadora nº 15, que estabelece as regras para atividades e operações insalubres, define o limite do mercúrio na atmosfera de trabalho como 0,04 mg/m3 de ar, para até 48h por semana.

Conclusão

O mercúrio é um metal extremamente perigoso para a saúde humana e para o meio ambiente, mas ainda é utilizado em vários setores da indústria. Apesar das leis com relação a seu uso estarem cada vez mais rígidas, tanto nacional quanto internacionalmente, ainda é preciso cuidado.

Seu uso na área de saúde, por exemplo, já está proibido – como no caso dos termômetros. Ressaltamos a importância do descarte adequado de aparelhos eletrônicos e termômetros, para evitar a contaminação.

Conheça também 5 medidas de segurança essenciais para o trabalho com substâncias químicas perigosas

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